O que é vinho de colheita tardia?
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- Categoria: desmistificando
Você já viu esse termo, já conhece esses vinhos? Se já conhece, provavelmente gosta. Se não conhece, precisa conhecer...
Colheita tardia é um termo que significa que as uvas foram deixadas na videira mais que o normal, e mais que o necessário para a produção de vinhos “comuns”.
O tempo extra de amadurecimento das uvas pode levar semanas. E, se por um lado concentra o açúcar da fruta, por outro, aumenta significativamente o risco de podridão e exposição às chuvas e às aves.
Durante esse tempo, o fungo Botrytis Cinerea ataca as uvas, perfurando sua pele. Os bagos exalam água e murcham, atingindo níveis de concentração extrema.
Naturalmente desidratadas, as uvas produzem um estilo de vinho com alto teor alcoólico, com alto nível de açúcar residual, ou com os dois.
As castas mais comuns em vinhos de colheita tardia são Riesling, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer, Sémillon, Furmint...
Essas uvas, colhidas tardiamente, têm a capacidade de desenvolver elevados níveis de açúcar e, ao mesmo tempo, manter a sua acidez. É por isso que os vinhos de colheita tardia podem ser incrivelmente doces, sem serem enjoativos. E é também a acidez que ajuda esses vinhos a envelhecerem com elegância.
A lenda dos vinhos de colheita tardia conta que o dono de um château francês orientou seus funcionários a não realizarem a colheita, enquanto ele não retornasse de uma viagem. Quando ele finalmente retornou, as uvas já tinham sido atingidas pela podridão nobre, mas, mesmo apesar da aparência desagradável, foram colhidas. O vinho que elas produziram mostrou-se tão requintado que, a partir daí, esse produtor passou a colher as uvas somente nessa condição.
Segundo a lenda, esse produtor era da região de Sauternes, que ficou conhecida pelos maravilhosos vinhos de sobremesa. Outros vinhos de colheita tardia famosos são os alemães Beerenauslese e Trockenbeerenauslese, e os húngaros Tokaji.
Se quiser ler mais sobre Sauternes, clique aqui, ou sobre Tokaji, aqui.
Experimente um desses maravilhosos vinhos, gelados, durante um aperitivo com queijos azuis como gorgonzola e roquefort, durante a sobremesa, com um belo pudim, ou simplesmente “harmonizado” com um livro, com um filme, ou com uma boa companhia!
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