O DNA do vinho!
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- Categoria: a história do vinho
Todos os organismos vivos são projetados a partir de um código genético específico. Quer seja um ser humano, quer seja uma videira. E o mapeamento desse código é um avanço gigante da ciência!
Um ser vivo, como a videira, é composto por células. No núcleo das células encontramos uma estrutura que contém todo o projeto de construção e funcionamento desse ser vivo: o DNA.
A sigla DNA vem de Ácido Desoxirribonucléico. É no DNA que toda a informação genética de um organismo é armazenada e transmitida para seus descendentes. Essa carga genética está contida no núcleo de todas as células de um organismo, inclusive, da videira!
Pois bem. Entender e mapear o código ou padrão genético de cada variedade de uva tem nos levado, ao longo dos anos, a algumas descobertas interessantes. Isso porque esse sequenciamento nos permite, entre outras coisas, perceber quem tem o DNA mais parecido com quem!
Para surpresa de todos no mundo do vinho, a pesquisa genética provou, em 1997, que a Cabernet Sauvignon nasceu a partir do cruzamento espontâneo, na natureza, entre as cepas Cabernet Franc e Sauvignon Blanc, por volta do século 16.
Existe uma lenda sobre a Tempranillo. Ela teria sido levada da Borgonha para a Espanha por monges peregrinos, pelo famoso Caminho de Santiago. Bobagem. A Tempranillo é nativa da Espanha, fruto do cruzamento natural entre a Albillo Mayor e Benedicto, já praticamente extinta. Para ler mais sobre a Tempranillo, clique aqui.
Um outro caso famoso é o Zinfandel versus Primitivo. Há muito tempo suspeitava-se que eram a mesma variedade, mas somente a partir de 2001, com o mapeamento do código genético dessas uvas, comprovou-se essa teoria. Trata-se da mesma uva, originária da Croácia, onde é chamada pelo impronunciável nome Crljenak kaštelanski. Se quiser saber mais sobre essa cepa, clique aqui.
Durante muito tempo acreditou-se na Austrália que determinada uva era Albariño, e assim eram rotulados os vinhos produzidos a partir dela. Somente a análise do código genético da planta provou que não, a uva não era Albariño, e, sim, Savagnin Blanc.
Refosco e Marzemino, por exemplo, são parentes próximas, segundo a comparação de suas cadeias de DNA. Já a Refosco dal Peduncolo Rosso, uma sub-variedade da uva Refosco reconhecível pela sua haste avermelhada, não é a mesma variedade chamada na França de Mondeuse, como muitos ainda pensam. E quem esclareceu esse equívoco? Um teste de DNA.
Mas vale lembrar que a análise genética não é a única forma de diferenciar variedades de uva. A ampelografia é a ciência que estuda a identificação e classificação das videiras, por meio, principalmente, de um sistema de avaliação das folhas da vinha. Para ler mais sobre isso, clique aqui.
E um brinde à diversidade de uvas e de vinhos! Tim tim!
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